POR QUE LER “À MESA COM O VALOR”?

Um bom livro de entrevistas é uma excelente fonte de prazer e informações para todas as categorias de leitor, em particular, para os jornalistas. Nele, os profissionais da imprensa saboreiam, entre outros “pratos”, o estilo do entrevistador, o perfil do entrevistado e o que este tem a dizer.

Os entrevistados desse gênero de livro geralmente são personalidades ligadas à arte, cultura, economia, política, negócios, ciências etc. Celebridades, para resumir, embora, de holofotes e microfones, uns gostem e mais e outros menos. Manias e versões pessoais sobre algum escândalo são entradas deliciosas.

Uma boa sugestão de leitura, nesta área, é o livro À mesa com o Valor (Editora Apicuri, Rio de Janeiro, 2015), organizado por Ângela Klinke e Robinson Borges. O livro reúne 50 entrevistas selecionadas entre mais de 300 publicadas no caderno “EU & Fim de Semana”, do jornal Valor Econômico.

A ideia foi inspirada em “Lunch with FT”, a célebre seção do Financial Times, de Londres, cujo objetivo era resgatar a boa conversa e a arte de contar histórias. As entrevistas do decalque brasileiro do jornal inglês foram feitas em cantinas, bares, restaurantes, com direito a revelar o cardápio e o valor da conta.

Entre os entrevistados de À mesa com o Valor, figuram, entre outros, Zeca Pagodinho, Gal Costa, Delfim Netto, Drauzio Varella, Emerson Fittipaldi e Fernanda Montenegro. Muitos se foram após a publicação da obra. São os casos, por exemplo, de Eduardo Campos, João Ubaldo Ribeiro e Hector Babenco.

Os entrevistados foram caricaturados pelo artista gráfico carioca Lula Palomanes. E o time de entrevistadores tem craques como José Castello, Adriana Abujamra, e Paulo Totti. No mais, é pegar o livro, sentar-se à mesa, e provar cada prato, correndo, claro, algum risco de indigestão.