Antes de mais nada, registre-se que este não é um texto alarmista, visto que não guarda semelhança com outros que pululam por aí, disseminados pelas redes sociais. É tão somente uma constatação da realidade que nos cerca. Ou, para ser menos combativo, um ponto de vista acerca de nosso zeitgeist atual.

Diante da evolução (ou involução) da humanidade nas últimas décadas, vivemos em um mundo cada vez mais amorfo, insípido, tecnocrata, uma sociedade baseada em números e estatísticas. O espírito humano continua sendo o mesmo, no entanto lança seus movimentos rumo a um estágio de colapso, progredindo em uma escala de apatia e insensibilidade. Não é preciso participar de um brainstorming para chegar a tais conclusões.

Sobrevivemos em um universo “pós geração X”: estamos inseridos na era do consumismo tecnológico, do cinismo político, da ironia afetiva, do descompromisso e da frieza, enfim, uma espécie de deboche blasé da realidade que nos cerca. É a chegada da era em que tudo e nada acontecem, em uma realidade enfadonha e, ao mesmo tempo, caótica, envolta em um racionalismo cego. Aos poucos, vamos nos robotizando. É uma imagem batida? Sim, há muito existe no imaginário popular pós-moderno, mas, infelizmente, vem se tornando real.

A CONTINUAR…

Thiago Andrade Macedo: escritor infiltrado no serviço público federal, advogado não militante, autor do romance policial, psicológico e filosófico O Silêncio das Sombras, também atuou como articulista do jornal A União; filho de pernambucanos nascido nas Minas Gerais, atualmente é um ex-nômade radicado em João Pessoa, Paraíba.

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